Brasil tem 66,5 mil pessoas à espera de transplantes de órgãos, diz relatório
Foto: Divulgação / Governo do Estado do Rio de Janeiro
Até setembro deste ano, o Brasil registrava 66.517 pacientes ativos na lista de espera para transplante de órgãos, conforme relatório do terceiro trimestre da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).O número reflete um aumento na quantidade de pessoas aguardando o procedimento. Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando havia 58.908 pacientes na lista de espera, o crescimento foi de cerca de 13%, segundo a ABTO.
A taxa de doadores efetivos no trimestre foi de 20 por 1 milhão de habitantes (pmp), um valor 3,3% inferior à meta anual de 21 pmp. Esse resultado é, em grande parte, consequência da recusa familiar, responsável por 45% dos casos em que os órgãos não são doados, e da contrariedade médica à doação, que representa 18%. Segundo a ABTO, essas questões devem ser enfrentadas por meio do “aprimoramento do acolhimento familiar e da flexibilização dos critérios de aceitação dos doadores limítrofes pelas equipes mais experientes”.A taxa de notificação dos potenciais doadores, por outro lado, segue em crescimento, alcançando 74,1 pmp, o que representa um aumento de 5,9% em relação à meta de 2024, que era de 70 pmp.
Cinco unidades da federação registraram taxas de notificação superiores a 100 pmp: Acre, Rondônia, Sergipe, Paraná e Distrito Federal.
No entanto, a taxa de efetivação das doações, que está em 27,4%, apresenta baixo crescimento, ficando 8,7% abaixo da meta de 30% estabelecida para 2024.
Entre janeiro e setembro, os órgãos mais transplantados foram, nesta ordem: rim (60.608), fígado, coração, pâncreas e pulmão.
No caso dos transplantes renais, a realização de operações com doador vivo superou em 10% a meta anual, embora ainda represente apenas 14,5% do total de transplantes renais.
A taxa de transplante hepático com doador vivo ficou em linha com a meta para 2024, enquanto a taxa de doadores falecidos foi ligeiramente inferior à prevista.
Já a taxa de transplantes cardíacos ficou 12,5% abaixo da meta anual, e a taxa de transplantes pulmonares foi 50% inferior à projetada, com procedimentos realizados em apenas quatro estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Ceará.
Por fim, a taxa de transplantes de pâncreas foi 22,3% menor que a meta para o ano, sendo realizada em oito estados.
Por Folhapress