Dia Mundial da Diabetes: Saiba como tratar a doença que afeta 16 milhões de brasileiros

Foto: Marcello Casal Jr. / EBC

É celebrado o Dia Mundial do Diabetes nesta segunda-feira (14), data escolhida para aumentar a conscientização sobre a doença como um problema de saúde pública global e sobre o que precisa ser feito para a prevenção, diagnóstico e gerenciamento da condição. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

“Não basta ter o diagnóstico. Precisa ter um bom controle e acompanhamento”, afirmou a diretora sênior de assuntos corporativos e sustentabilidade da Novo Nordisk, Simone Tcherniakovsky, no webinar “Ozempic e Rybelsus: tudo sobre GLP-1 e o tratamento do diabetes”.

O descontrole da doença aumenta o risco de ataques cardíacos, derrames, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. O diabetes também é uma das principais causas de amputação de membros inferiores.

“Dois terços dos pacientes com diabetes morrem por doença cardiovascular. O nosso grande objetivo ao tratar esses pacientes é evitar que eles enfartem”, afirma o cardiologista André Feldman, coordenador do Serviço de Cardiologia dos Hospitais Rede D’Or e Cardiologista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. Os dados estão no Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF).

TRATAMENTOS
A semaglutida é comercializada no Brasil nos medicamentos Ozempic (caneta injetável) ou Rybelsus (pílula). Estudos clínicos mostram que ela tem um papel multifatorial no pâncreas, fígado, cérebro e trato gastrointestinal, além de controlar a produção de insulina, diminuir a de glucagon – hormônio produzido pelo pâncreas, responsável por aumentar os níveis de glicose no sangue – e agir no hipotálamo como um inibidor de apetite.

As doses semanais de Ozempic garantem mais simplicidade no tratamento e estabilidade no controle da doença. Na avaliação da médica endocrinologista Paola Wyatt, do Eco Medical Center em Curitiba, a semaglutida subcutânea é o maior avanço disponível atualmente para o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade. 

Nos Estados Unidos e na Inglaterra, o remédio também tem aprovação para tratamento de obesidade. No Brasil, o uso para perda de peso é feito por indicação off-label.

“Ela reduz em média 15% do peso em estudos voltados para a população com obesidade e melhora significativamente a hemoglobina glicada, marcador do controle glicêmico em indivíduos com diabetes”, explica Paola.

A versão oral, mais recente, é de uso diário, sempre em jejum. Embora tenha propriedades semelhantes ao Ozempic, o Rybelsus tem absorção no estômago e é comercializada em três dosagens. Os desenvolvedores acreditam que, ao retirar a necessidade do uso de agulhas, a adesão ao tratamento aumentará.

A médica endocrinologista Priscilla Mattar, diretora médica da Novo Nordisk, fabricante dos dois remédios, alerta que os pacientes que optam pela versão oral devem ser disciplinados para garantir a absorção correta do medicamento.