Alguns países europeus, como Dinamarca, França e Reino Unido, começaram a tratar o coronavírus como endêmico, após alcançarem ampla cobertura vacinal.
Segundo o Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, o médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, explica que uma doença é considerada endêmica quando ela é comum em certas regiões, tem um número de mortes esperado e apresenta períodos de surto. Nessas situações, o especialista aponta que é possível prever o impacto do vírus e entender seu comportamento em relação à saúde dos indivíduos.
Em janeiro deste ano, durante o Fórum Econômico Mundial, líderes globais e estudiosos discutiram o futuro da pandemia de Covid-19. Na ocasião, o diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, admitiu que o fim do coronavírus é impossível, e que o próximo cenário esperado consiste no quadro de endemia.
Com os países europeus encarando o coronavírus como endêmico, as medidas restritivas foram flexibilizadas. Na Inglaterra, na última sexta-feira (11), pessoas vacinadas foram dispensadas de apresentar o teste negativo de Covid-19 para entrar no país. Já na França, o consumo em pé voltou a ser autorizado e as casas noturnas começaram a ser abertas. A Dinamarca aboliu medidas de proteção no início de fevereiro. Uso de máscaras, comprovante de vacinação e necessidade de testes negativos deixaram de ser obrigatórios.
Conforme o pesquisador Vitor Mori, membro do Observatório COVID-19BR, que trabalha na Universidade de Vermont, nos EUA, esses países, principalmente a Dinamarca, têm um sistema de testagem e de vigilância genômica muito robusto.
Mori ressalta ainda que o fato de o vírus começar a ser tratado como endêmico não é, necessariamente, um cenário para a aparição de novas cepas. “As novas variantes são mais perigosas em países com menor cobertura vacinal e com ampla circulação de indivíduos”, aponta.
do Bahia Notícias