Nostálgica Cuba

Ao chegar à cidade de Havana, capital de Cuba, confesso que demorei a entender em qual regime vivia seu povo.

De um lado hotéis luxuosos, comida e bebida com fartura, do outro até o mais simples do básico era ferrenhamente disputado pela população que beirava a linha da miséria e do abandono.

A minha capacidade de entendimento esbarrou-se na confusão gerada pelo que os meus olhos viram e o que meu coração sentiu. As suas ruas e praças brotavam certa poesia no ar, estava diante de uma época romântica, senti-me numa daquelas tardes de domingo passeando em um parque de diversões, cheio de ingênuas e más intenções. Confesso que diante de tantas contradições, enchi minha mochila do mais puro sentimento de compaixão.

O que pude perceber observando sua arquitetura, os monumentos em cada praça, seus carros antigos, sua orla, é que toda a Cuba estacionou-se em um momento de grande pujança, onde o capitalismo passeava de mãos dadas com um futuro brilhante e glamouroso.

O regime socialista, idealizado pelos revolucionários, talvez pertencesse a uma época em que se disputavam territórios, que era difícil o acesso às informações e a tecnologia, uma época em que o homem trabalhava e que o papel da esposa era cuidar dos filhos e da casa.

O regime comunista chamado de socialista, nos tempos de agora, considero e comparo à máquina de datilografia em substituição aos computadores, os telefones de corda em substituição aos celulares. Mesmo assim há pessoas que dizem que o povo de cuba é um povo feliz! –
É feliz sim! Como um náufrago que encontra uma poça d’água para matar sua sede ou um coco com massa para matar sua fome. É feliz sim! Como os escravos eram felizes nas senzalas em noites de danças. Como um soldado ferido na guerra que chora de alegria ao ser resgatado. Esse é o brilho da felicidade que transborda nos olhos do povo cubano.

Sei que daqui a alguns anos, essa velha cuba ficará para trás e ressurgirá uma nova nação com a potencialidade que nela já existe, retomando seu curso que lhe fora roubado.
Su pueblo entonces estarán libres!

Poderá ir e vir, sonhar com dias melhores, ter perspectivas de uma vida com qualidade. Trabalhar, ser reconhecido, viver com dignidade e usufruir dos frutos gerados.
Logo brindaremos com uma cuba libre!
Saúde!

 

Nilson Natal

Nilson Natal