Rússia apresenta duas condições para negociar o fim de operação contra a Ucrânia

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O Kremlin argumenta que as condições permitiriam o que considera a ‘desmilitarização’ e a ‘desnazificação’ do país vizinho

O governo da Rússia se disse disposto, nesta quinta-feira 24, a negociar os termos de uma trégua em sua operação militar deflagrada contra a Ucrânia. O comunicado foi apresentado pelo secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov.

De acordo com o funcionário do governo russo, o presidente Vladimir Putin defende discussões sobre o fim da operação com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sob duas condições: a garantia de um status de neutralidade da Ucrânia – ou seja, fora da aliança militar do Ocidente, a Otan – e a promessa de não contar com a instalação de armas em seu território.

O Kremlin argumenta que as condições permitiriam o que considera a “desmilitarização” e a “desnazificação” da Ucrânia – isso, na visão do governo de Putin, reduziria a percepção de ameaças à segurança da Rússia.

“O presidente formulou sua visão do que esperamos da Ucrânia para que os problemas sejam resolvidos: um status neutro e a recusa em implantar armas”, disse Peskov.

O responsável pelo contato do Kremlin com a imprensa também afirmou que caberá a Putin determinar o timing das negociações, mas adiantou que o presidente russo só iniciará as tratativas “se a liderança da Ucrânia estiver pronta para falar sobre isso”.

Também nesta quinta, Putin declarou a empresários que seu governo não tinha outra opção para defender o território do país além do lançamento de tropas contra a Ucrânia.

“O que está ocorrendo atualmente é uma medida forçada, já que não nos deixaram nenhuma outra forma de proceder”, argumentou o presidente.

Ele insistiu ter sido “obrigado” a tomar uma decisão no âmbito militar e alegou que “não tinha como agir diferente”.

Segundo Putin, tentativas do Kremlin de resolver o impasse na Ucrânia foram ignoradas. Ele se refere, por exemplo, à demanda russa para que o país vizinho não integre oficialmente a Otan.Fonte: Carta Capital