Polícia

PF investiga falsos médicos que compraram diplomas por até R$ 400 mil

Falsos médicos se passavam por recém-formados e conseguiam emprego (Crédito: Reprodução/Fantástico)

O programa “Fantástico”, da TV Globo, revelou no domingo, 2, detalhes das investigações que miraram um esquema criminoso que falsificava os documentos e os vendia para falsos médicos. “A apuração conseguiu apontar que de fato existia uma estrutura empresarial nessa venda de diplomas falsos e históricos escolares falsos”, informou o delegado da PF Francisco Guarani.

Em depoimento à corporação, a enfermeira Cássia Santos de Lima Menezes admitiu que gastou R$ 400 mil com o diploma falso e chegou a dar alguns plantões. Ao “Fantástico”, o advogado que representa a mulher disse que sua cliente é inocente e prestou esclarecimentos para as autoridades.

Já Jonny Teixeira Carreiros relatou que pagou R$ 80 mil pela documentação. Ele afirmou que estudou medicina no Paraguai, mas não se formou. O homem foi preso em fevereiro e nove dias depois, liberado. Os seus advogados ressaltaram que Teixeira foi vítima de um golpe.

Como a quadrilha funcionava

Para falsificar os diplomas, a quadrilha usava um papel de qualidade e conseguia reproduzir o logotipo de universidades brasileiras. A maioria das documentações fraudulentas eram da Uneb (Universidade do Estado da Bahia), que afirmou que “todos os documentos recebidos pelo Cremerj não foram emitidos ou assinados pela universidade e são ilegítimos”.

Além disso, os criminosos falsificavam os e-mails das instituições de ensino para enviar os documentos falsos quando os conselhos regionais de medicina solicitavam.

As investigações da PF apontaram que os suspeitos se passavam por recém-formados e conseguiam emprego, principalmente em prefeituras.

O que dizem as autoridades

O Cremerj esclareceu que as fraudes foram descobertas por uma funcionária, que acionou a Polícia Federal. “O órgão mudou o processo de checagem e anulou todos os 65 registros obtidos com documentação falsa”, acrescentou.

O presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran Gallo, destacou que novos protocolos para checar a documentação serão criados e disponibilizou equipes para investigar a fragilidade do sistema atual.

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