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Inadimplência bate novo recorde e atinge 64,25 milhões de brasileiros

Foto: Reprodução 

No último mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 11,17% em relação ao mesmo período do ano anterio

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou que quatro em cada 10 brasileiros adultos (39,71%) estavam negativados em setembro de 2022 — o equivalente a 64,25 milhões de pessoas. De acordo com os dados, divulgados nesta quinta-feira (20/10), este é o recorde da série histórica do estudo, realizado há 8 anos. No último mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 11,17% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Na passagem de agosto para setembro, o número de devedores cresceu 0,93%. Segundo o presidente da CNDL, José César da Costa, apesar da melhora em alguns indicadores econômicos, muitos brasileiros ainda estão com dificuldade de fechar as contas no fim do mês. “Parte do problema pode ser explicado pela renda da população que continua baixa. O desemprego diminuiu, mas a renda não é suficiente para reverter completamente as perdas dos últimos trimestres. Apesar da inflação caindo, o preço dos alimentos continua subindo e ocupando boa parte do orçamento das famílias, especialmente daquelas com renda mais baixa”, explicou.

Setores e perfil

Em setembro, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 3.688,96 na soma de todas as dívidas. Cada inadimplente devia, em média, para 1,97 empresas credoras. Destaca-se a evolução das dívidas com o setor de Bancos, que registrou crescimento de 37,94%, seguido de Água e Luz (11,86%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comunicação (11,57%) e Comércio (0,28%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.

A inadimplência segue bem distribuída entre os sexos: 50,90% de mulheres e 49,10% de homens. O número de devedores com participação mais expressiva está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,99%), o equivalente a 15 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa. O montante equivale a 43,86% do total desta deste grupo etário.

De acordo com a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, os próximos meses podem trazer um alívio para o cenário. “A injeção de recursos na economia com o 13ª, contratação de mão de obra temporária para o fim de ano e a bandeira verde no preço da energia em dezembro podem ajudar a amenizar o cenário de inadimplência. Mas é importante o consumidor priorizar o pagamento das dívidas e não cair nas tentações das compras de fim de ano”, disse Merula Borges.

Thiago Fagundes/CB/D.A Press

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